segunda-feira, 14 de maio de 2012

Thallys e seus sete meses de superação.


Para Thallys a vida significava festa. De segunda a sexta-feira trabalhava de atendente administrativo no Tribunal de Justiça de DF. Nos finais de semana saía para baladas, shows, micaretas e barzinhos. Uma vida normal de um rapaz de 26 anos que tinha saúde de sobra, jogava futebol, nadava e malhava.
Em um domingo, seu programa já estava marcado: dois churrascos. Thallys era muito conhecido no município onde vivia (Cidade Ocidental – GO) e para qualquer festa que acontecesse, era chamado. Então, naquele domingo, 4 de outubro de 2009, iria nos dois churrascos perto de sua casa e para não se atrasar, saiu com pressa de casa.
Chegando à casa onde rolava a festa, começou com uma cerveja e depois uma dose de vodca com energético. Como era um domingo quente, o pessoal aproveitou para pular na piscina e Thallys também. Ao todo, deu seis pulos na piscina e todos com sucesso. Porém, quando foi dar o sétimo pulo, foi fatal: pegou uma distância maior, colocou os braços para trás e pulou. Na hora em que pulou, percebeu que estava muito perto da borda e que iria bater, por isso tentou proteger a cabeça com os braços, mas não foi eficaz. Na hora Thallys apagou e a batida foi ouvida pelos amigos.
Por sorte, entre os amigos do churrasco, havia um bombeiro. Tiraram-no da água e colocaram um colar cervical. À espera da ambulância, Thallys acordou e não mexia mais nada, exceto o pescoço. De seu município, foi levado para o Hospital Brasília, no Lago Sul. Chegando lá, foi direto para a UTI, onde ficou em observação. No dia seguinte, realizaram uma bateria de exames que teve como resultado a tetraplegia. Ele teve uma fratura cervical na altura do pescoço, nas vétebras C6 e C7.
Ainda no hospital, fez uma pequena cirurgia para colocar uma placa de titânio, o que ajudaria na calcificação das vértebras fraturadas. E ali ficou 18 dias internado.
Do Hospital Brasília, Thallys foi transferido para o Sarah, da Asa Sul. Lá, fez mais exames que deixou mais claro sua tetraplegia que era incompleta, pois mexia algumas partes dos braços. Porém, a vontade de voltar andar, fez com que Thallys se esforçasse durante os 45 dias que ficou internado. Em suas últimas semanas já tinha progredido, conseguindo mexer o joelho.
Voltou para casa, em cadeira de rodas, e continuou mais 30 dias com fisioterapia. Deu o seu máximo, e depois de semanas, já estava usando o andador. Alegria pura para a família foi transferido para outra unidade do Sarah, e lá aprendeu a se vestir e calçar os tênis.
Thallys sabe que a sua luta está apenas começando. As pernas ainda estão bambas, falta-lhe equilíbrio, e ainda não tem muita força nos dedos. Foi uma brincadeira, uma falta de atenção, que colocou sua vida em risco. Ele nunca imaginou que isso aconteceria com ele, mas enfrentou as dificuldades impostas, as limitações que o acidente lhe deu e lutou muito para voltar a andar. Esta história fica de exemplo e conscientização para todos os brasileiros.

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/14/interna_cidadesdf,192331/index.shtml

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